CÂNCER DE MAMA
VEJA MATERIA.
As mamas (ou seios) são glândulas e sua função principal é a produção de
leite. Elas são compostas de lobos que se dividem em porções menores, os
lóbulos, e ductos, que conduzem o leite produzido para fora pelo mamilo. Como
todos os outros órgãos do corpo humano, também se encontram nas mamas vasos
sanguíneos, que irrigam a mama de sangue, e os vasos linfáticos, por onde
circula a linfa. A linfa é um líquido claro que tem uma função semelhante ao
sangue de carregar nutrientes para as diversas partes do corpo e recolher as
substâncias indesejáveis. Os vasos linfáticos se agrupam no que chamamos de
gânglios linfáticos, ou ínguas. Os vasos linfáticos das mamas drenam para
gânglios nas axilas (em baixo dos braços) na região do pescoço e no tórax.
O câncer de mama ocorre quando as células deste órgão passam a se
dividir e se reproduzir muito rápido e de forma desordenada. A maioria dos
cânceres de mama acomete as células dos ductos das mamas. Por isso, o câncer de
mama mais comum se chama Carcinoma Ductal. Ele pode ser in situ, quando não
passa das primeiras camadas de célula destes ductos, ou invasor, quando invade
os tecidos em volta. Os cânceres que começam nos lóbulos da mama são chamados
de Carcinoma Lobular e são menos comuns que o primeiro. Este tipo de câncer
muito freqüentemente acomete as duas mamas. O Carcinoma Inflamatório de mama é
um câncer mais raro e normalmente se apresenta de forma agressiva, comprometendo
toda a mama, deixando-a vermelha, inchada e quente.
O câncer de mama, como muitos dos cânceres, tem fatores de risco
conhecidos. Alguns destes fatores são modificáveis, ou seja, pode-se alterar a
exposição que uma pessoa tem a este determinado fator, diminuindo a sua chance
de desenvolver este câncer.
Existem também os fatores de proteção. Estes são fatores que, se a
pessoa está exposta, a sua chance de desenvolver este câncer é menor.
Os fatores conhecidos de risco e proteção do câncer de mama são os
seguintes:
Idade:
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O câncer de mama é mais comum em mulheres acima de 50 anos. Quanto
maior a idade maior a chance de ter este câncer. Mulheres com menos de 20
anos raramente têm este tipo de câncer.
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Exposição excessiva a hormônios:
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Terapia de reposição hormonal (hormônios usados para combater os
sintomas da menopausa) que contenham os hormônios femininos estrogênio e
progesterona aumentam o risco de câncer de mama. Não tomar ou parar de tomar
estes hormônios é uma decisão que a mulher deve tomar com o seu médico,
pesando os riscos e benefícios desta medicação.
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Anticoncepcional oral (pílula) tomado por muitos anos também pode
aumentar este risco.
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Retirar os ovários cirurgicamente diminui o risco de desenvolver o
câncer de mama porque diminui a produção de estrogênio (menopausa cirúrgica).
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Algumas medicações "bloqueiam" a ação do estrogênio e são
usadas em algumas mulheres que tem um risco muito aumentado de desenvolver
este tipo de câncer. Usar estas medicações (como o Tamoxifen) é uma decisão
tomada junto com o médico avaliando os risco e benefícios destas medicações.
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Radiação:
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Faz parte do tratamento de algumas doenças irradiar a região do tórax.
Antigamente muitas doenças benignas se tratavam com irradiação. Hoje, este
procedimento é praticamente restrito ao tratamento de tumores. Pessoas que
necessitaram irradiar a região do tórax ou das mamas têm um maior risco de
desenvolver câncer de mama.
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Dieta:
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Ingerir bebida alcoólica em excesso está associado a um discreto
aumento de desenvolver câncer de mama. A associação com a bebida de álcool é
proporcional ao que se ingere, ou seja, quanto mais se bebe maior o risco de
ter este câncer. Tomar menos de uma dose de bebida alcoólica por dia ajuda a
prevenir este tipo de câncer (um cálice de vinho, uma garrafa pequena de
cerveja ou uma dose de uísque são exemplos de uma dose de bebida
alcoólica).Se beber, portanto, tomar menos que uma dose por dia.
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Mulheres obesas têm mais chance de desenvolver câncer de mama,
principalmente quando este aumento de peso se dá após a menopausa ou após os
60 anos. Manter-se dentro do peso ideal (veja o cálculo de IMC neste site),
principalmente após a menopausa diminui o risco deste tipo de câncer.
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Seguir uma dieta saudável, rica em alimentos de origem vegetal com
frutas, verduras e legumes e pobre em gordura animal pode diminuir o risco de
ter este tipo de câncer. Apesar dos estudos não serem completamente
conclusivos sobre este fator de proteção, aderir a um estilo de vida
saudável, que inclui este tipo de alimentação, diminui o risco de muitos
cânceres, inclusive o câncer de mama (veja Dieta do Mediterrâneo neste site).
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Exercício físico:
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Exercício físico normalmente diminui a quantidade de hormônio feminino
circulante. Como este tipo de tumor está associado a esse hormônio, fazer
exercício regularmente diminui o risco de ter câncer de mama, principalmente
em mulheres que fazem ou fizeram exercício regular quando jovens.
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História ginecológica:
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Não ter filhos ou engravidar pela primeira vez tarde (após os 35 anos)
é fator de risco para o câncer de mama.
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Menstruar muito cedo (com 11 anos, ou antes) ou parar de menstruar
muito tarde expõe a mulher mais tempo aos hormônios femininos e por isso
aumenta o risco deste câncer.
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Amamentar, principalmente por um tempo longo, um ano ou mais somado
todos os períodos de amamentação, pode diminuir o risco do câncer de mama
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História familiar:
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Mulheres que tem parentes de primeiro grau, mães, irmãs ou filhas, com
câncer de mama, principalmente se elas tiverem este câncer antes da
menopausa, são grupo de risco para desenvolver este câncer.
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Apesar de raro, homens também podem ter câncer de mama e ter um
parente de primeiro grau, como o pai, com este diagnóstico também eleva o
risco familiar para o câncer de mama.
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Pessoas deste grupo de risco devem se aconselhar com o seu médico para
definir a necessidade de fazer exames para identificar genes que possam estar
presentes nestas famílias. Se detectado um maior risco genético, o médico
pode propor algumas medidas para diminuir estes riscos. Algumas medidas podem
ser bem radicais ou ter efeitos colaterais importantes. Retirar as mamas e
tomar Tamoxifen são exemplos destas medidas. A indicação destes procedimentos
e a discussão dos prós e contras é individual e deve ser tomada junto com um
médico muito experiente nestes casos.
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Alterações nas mamas:
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Ter tido um câncer de mama prévio é um dos maiores fatores de risco
para este tipo de câncer. Manter-se dentro do peso ideal, fazer exercício
físico, seguir corretamente as recomendações do seu médico e fazer os exames
de revisão anuais são medidas importantes para diminuir a volta do tumor ou
ter um segundo tumor de mama.
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Ter feito biópsias mesmo que para condições benignas está associado a
um maior risco de ter câncer de mama.
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Mamas densas na mamografia está associado a um maior risco para este
tumor. É muito importante que a mamografia seja feita em um serviço
qualificado e que o exame seja comparado com exames anteriores.
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O câncer de mama normalmente não dói. A mulher pode sentir um nódulo (ou
caroço) que anteriormente ela não sentia. Isso deve fazer ela procurar o seu
médico. O médico vai palpar as mamas, as axilas e a região do pescoço e
clavículas e se sentir um nódulo na mama pedirá uma mamografia.
A mulher também pode notar uma deformidade na suas mamas, ou as mamas
podem estar assimétricas. Ou ainda pode notar uma retração na pele ou um
líquido sanguinolento saindo pelo mamilo. Nos casos mais adiantados pode
aparecer uma "ferida" (ulceração) na pele com odor muito
desagradável.
No caso de carcinoma inflamatório a mama pode aumentar rapidamente de
volume, ficando quente e vermelha.
Na maioria dos casos, a mulher é a responsável pela primeira suspeita de
um câncer. É fundamental que ela conheça as suas mamas e saiba quando alguma
coisa anormal está acontecendo. As mamas se modificam ao longo do ciclo
menstrual e ao longo da vida. Porém, alterações agudas e sintomas como os relacionados
acima devem fazer a mulher procurar o seu médico rapidamente. Só ele pode dizer
se estas alterações podem ou não ser um câncer.
A mamografia é um Rx das mamas. Este exame também é feito para detecção
precoce do câncer quando a mulher faz o exame mesmo sem ter nenhum sintoma.
Caso a mama seja muito densa, o médico também vai pedir uma ecografia das
mamas.
Se a mamografia mostra uma lesão suspeita, o médico indicará uma biópsia
que pode ser feita por agulha fina ou por agulha grossa. Geralmente, esta
biópsia é feita com a ajuda de uma ecografia para localizar bem o nódulo que
será coletado o material, se o nódulo não for facilmente palpável. Após a
coleta, o material é examinado por um patologista (exame anátomo-patológico)
que definirá se esta lesão pode ser um câncer ou não.
Existem vários tipos de tratamento para o câncer de mama. São vários os
fatores que definem o que é mais adequado em cada caso. Antes da decisão de que
tipo de tratamento é mais adequado o médico analisa o resultado do exame
anátomo-patológico da biópsia ou da cirurgia se esta já tiver sido feita. Além
disso, o médico pede exames de laboratório e de imagem para definir qual a
extensão do tumor e se ele saiu da mama e se alojou em outras partes do corpo.
Se o tumor for pequeno, o primeiro procedimento é uma cirurgia onde se
tira o tumor. Dependendo do tamanho da mama, da localização do tumor e do
possível resultado estético da cirurgia, o cirurgião retira só o nódulo, uma
parte da mama (geralmente um quarto da mama ou setorectomia) ou retira a mama
inteira (mastectomia) e os gânglios axilares.
As características do tumor retirado e a extensão da cirurgia definem se
a mulher necessitará de mais algum tratamento complementar ou não. Geralmente,
se a mama não foi toda retirada, ela é encaminhada para radioterapia.
Dependendo do estadiamento, ou seja, quão avançada está a doença
(tamanho, número de nódulos axilares comprometidos e envolvimento de outras áreas
do corpo), também será indicada quimioterapia ou hormonioterapia. Radioterapia
é o tratamento que se faz aplicando raios para eliminar qualquer célula que
tenha sobrado no local da cirurgia que por ser tão pequena não foi localizada
pelo cirurgião nem pelo patologista. Este tratamento é feito numa máquina e a
duração e intensidade dependem das características do tumor e da paciente.
Quimioterapia é o uso de medicamentos, geralmente intravenosos, que
matam células malignas circulantes. O tipo de quimioterápico utilizado depende
se a mulher já está na menopausa e a extensão da sua doença. Hormonioterapia é
o uso de medicações que bloqueiam a ação dos hormônios que aumentam o risco de
desenvolver este tipo de câncer. Este tratamento é dado para aquelas pacientes
em que o tumor mostrou ter estes receptores positivos (receptor de estrogênio e
receptor de progesterona).
O exame de palpação realizado pelo médico e a mamografia são os exames
realizados para uma detecção precoce desse tipo de câncer.
O exame mais fácil de se realizar para se detectar uma alteração da mama
é o exame de palpação. Neste exame o médico palpa toda a mama, a região da
axila e a parte superior do tronco em busca de algum nódulo ou alteração da
pele, como retração ou endurecimento, e de alguma alteração no mamilo.
A mamografia é um Raio X das mamas e das porções das axilas mais
próximas das mamas. Nesse exame, o radiologista procura imagens sugestivas de
alterações do tecido mamário e dos gânglios da axila. A ecografia das mamas
pode auxiliar o radiologista a definir que tipo de alterações são essas.
Esses exames, quando realizados anualmente ou mais freqüentemente,
dependendo da história individual da paciente (presença de fatores de risco ou
história de tumores e biópsias prévias), pode diminuir a mortalidade por esse
tipo de tumor, quando realizados entre os 50 e os 69 anos.
Porém, este tipo de tumor tem características diferentes para populações
diferentes. Isto altera o quanto a mamografia é eficaz em diminuir a
mortalidade por este tipo de tumor.
Realizar esses exames entre os 40 e os 49 anos pode diminuir a
mortalidade por este tipo de tumor, mas o efeito dessa diminuição só se dará
quando essas mulheres tiverem mais de 50
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